PSICANÁLISE: NARCISISMO - MITO X PSICANÁLISE

O conceito de narcisismo tem origem na mitologia grega com a figura de Narciso, um jovem extremamente belo que despertava o amor de muitos, mas que se mostrava indiferente a todos. Um dia, ao se deparar com seu próprio reflexo em um lago, Narciso ficou tão encantado com sua própria imagem que se apaixonou por ela, sem perceber que estava olhando para si mesmo. Incapaz de afastar-se do reflexo, Narciso permaneceu ali até morrer, e no local onde morreu nasceu uma flor, que passou a ser chamada de "narciso". Esse mito simboliza o amor excessivo por si mesmo e a incapacidade de se conectar emocionalmente com os outros.

PSICANÁLISE: NARCISISMO - MITO X PSICANÁLISE

 Narcisismo: Mito x Psicanálise

 

 O Mito de Narciso

 

O conceito de narcisismo tem origem na mitologia grega com a figura de Narciso, um jovem extremamente belo que despertava o amor de muitos, mas que se mostrava indiferente a todos. Um dia, ao se deparar com seu próprio reflexo em um lago, Narciso ficou tão encantado com sua própria imagem que se apaixonou por ela, sem perceber que estava olhando para si mesmo. Incapaz de afastar-se do reflexo, Narciso permaneceu ali até morrer, e no local onde morreu nasceu uma flor, que passou a ser chamada de "narciso". Esse mito simboliza o amor excessivo por si mesmo e a incapacidade de se conectar emocionalmente com os outros.

 

 Narcisismo na Psicanálise

 

Na psicanálise, Sigmund Freud adaptou o conceito de narcisismo para descrever um estado psíquico em que o indivíduo investe sua energia libidinal (energia sexual) em si mesmo, em vez de direcioná-la a outros. Freud diferenciou dois tipos de narcisismo:

 

1. Narcisismo primário: É uma fase normal do desenvolvimento infantil, em que a criança, em seus primeiros estágios de vida, é completamente egocêntrica, focada em si mesma e incapaz de perceber o outro como um ser separado. A criança se sente o centro do mundo e direciona todo seu interesse e amor para si.

 

2. Narcisismo secundário: Refere-se a uma condição em que, na vida adulta, a pessoa retira o interesse libidinal dos outros e o redireciona para si mesma. Isso pode ocorrer como uma defesa contra frustrações e inseguranças, resultando em comportamentos egoístas e uma incapacidade de amar genuinamente outra pessoa. Freud relacionou o narcisismo patológico ao desenvolvimento de certas neuroses e transtornos de personalidade.

 

O narcisismo patológico ocorre quando o indivíduo exagera essa tendência de se fixar em si mesmo, ignorando os outros. Em casos extremos, esse comportamento pode evoluir para o transtorno de personalidade narcisista, caracterizado por sentimentos de grandiosidade, necessidade excessiva de admiração, e uma falta de empatia.

 

 Exemplos Concretos

 

1. Celebridade com comportamento narcisista

Um famoso ator que, apesar de seu sucesso, busca constantemente ser elogiado e admirado por sua aparência e realizações, demonstrando pouco interesse genuíno pelos outros. Ele se irrita facilmente quando não recebe a atenção que julga merecer e é incapaz de reconhecer as necessidades emocionais daqueles ao seu redor. O ator exibe sinais de narcisismo secundário, onde o foco de sua energia emocional está inteiramente em si mesmo e em sua imagem pública.

 

2. Relação amorosa com uma pessoa narcisista

Um homem que está em um relacionamento, mas constantemente rebaixa sua parceira e exige que ela satisfaça todas as suas necessidades emocionais. Ele é incapaz de demonstrar afeto verdadeiro ou empatia e reage com hostilidade quando sua parceira precisa de apoio ou atenção. Esse comportamento reflete uma personalidade narcisista, em que o parceiro enxerga o relacionamento como uma extensão de sua própria necessidade de validação, sem considerar as emoções e desejos do outro.

 

3. Criança em fase de narcisismo primário

Uma criança de dois anos que se recusa a compartilhar seus brinquedos e acredita que tudo ao seu redor existe apenas para ela. Nesse estágio, a criança ainda não desenvolveu a capacidade de reconhecer o outro como um ser independente, refletindo o narcisismo primário descrito por Freud. Esse comportamento é considerado normal no desenvolvimento infantil, mas à medida que a criança cresce, ela começa a entender a existência e os sentimentos dos outros, superando esse estágio.

 

 Referências Bibliográficas

- Freud, S. (1914). Sobre o Narcisismo: Uma Introdução. Rio de Janeiro: Imago Editora.

- Laplanche, J., & Pontalis, J.-B. (1973). Vocabulário da Psicanálise. São Paulo: Martins Fontes.

- Kernberg, O. (1975). Borderline Conditions and Pathological Narcissism. New York: Jason Aronson.

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