PSICANÁLISE: CONHECENDO AS PSICOPATOLOGIAS MAIS FALADAS NA EDUCAÇÃO

O Que é Psicopatologia? Psicopatologia é o estudo das doenças mentais, seus sintomas, causas e tratamentos. Ela investiga padrões de comportamento e pensamento que desviam significativamente do que é considerado saudável e funcional, afetando a qualidade de vida do indivíduo e seu relacionamento com o ambiente. Essas condições podem ter diferentes níveis de gravidade, variando desde problemas temporários e tratáveis até distúrbios crônicos e severos. As psicopatologias, também chamadas de transtornos mentais, incluem uma vasta gama de condições, cada uma com suas características específicas. Embora as causas dessas condições possam ser multifatoriais, envolvendo fatores genéticos, biológicos, psicológicos e ambientais, todas elas afetam a maneira como o indivíduo percebe, pensa, sente e se comporta. Classificação das Psicopatologias Aqui estão algumas das principais categorias de psicopatologias: 1. Transtornos de Ansiedade - Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) -

PSICANÁLISE: CONHECENDO AS PSICOPATOLOGIAS MAIS FALADAS NA EDUCAÇÃO

 Introdução à Psicopatologia

 

Antes de tudo, é fundamental reforçar que o diagnóstico de qualquer psicopatologia deve ser realizado por um psiquiatra, que é o profissional capacitado para identificar e tratar transtornos mentais. Psicólogos, terapeutas e outros profissionais da saúde mental também desempenham papéis importantes, mas o diagnóstico clínico é de responsabilidade do psiquiatra. Dito isso, vamos explorar as psicopatologias mais abordadas atualmente entre jovens e estudantes, suas classificações, formas de identificação e tratamentos.

 

 1. Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)

- CID-10: F41.1

- Descrição: O TAG é caracterizado por preocupação excessiva e persistente com uma variedade de eventos ou atividades diárias, ocorrendo por pelo menos seis meses.

- Identificação: Sintomas incluem nervosismo constante, irritabilidade, fadiga, dificuldades de concentração, tensão muscular e insônia.

- Tratamento: Psicoterapia, comumente a terapia cognitivo-comportamental (TCC), e medicamentos ansiolíticos ou antidepressivos prescritos por um psiquiatra.

- Atenção especial: O uso excessivo de redes sociais e jogos online pode aumentar os níveis de ansiedade, pois contribuem para a hiperestimulação mental e falta de desconexão.

 

 2. Depressão Maior

- CID-10: F32 (episódio depressivo) / F33 (transtorno depressivo recorrente)

- Descrição: A depressão maior se caracteriza por tristeza persistente, perda de interesse ou prazer em atividades, e uma série de alterações físicas e cognitivas que afetam a vida diária.

- Identificação: Fadiga, sentimento de inutilidade, perda de apetite, dificuldade para dormir ou sono excessivo, pensamentos suicidas ou autodestrutivos.

- Tratamento: Antidepressivos e psicoterapia (TCC ou terapia psicodinâmica). Nos casos mais graves, pode-se recorrer à eletroconvulsoterapia (ECT).

- Atenção especial: O isolamento social, muitas vezes exacerbado pelo uso excessivo de dispositivos eletrônicos, pode agravar a depressão.

 

 3. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

- CID-10: F90

- Descrição: O TDAH é caracterizado por desatenção, hiperatividade e impulsividade. É mais comumente diagnosticado em crianças, mas pode persistir na adolescência e vida adulta.

- Identificação: Dificuldade em manter o foco, inquietação, impulsividade, e desorganização nas tarefas diárias.

- Tratamento: Medicamentos psicoestimulantes, como metilfenidato, e intervenções comportamentais e psicoeducacionais.

- Atenção especial: O uso excessivo de dispositivos digitais pode exacerbar os sintomas de TDAH, reduzindo ainda mais o tempo de concentração.

 

 4. Transtorno de Ansiedade Social

- CID-10: F40.1

- Descrição: É o medo intenso de situações sociais, levando a um forte desconforto ou mesmo a evitá-las.

- Identificação: Medo irracional de ser julgado, humilhado ou rejeitado, sintomas físicos como suor, tremores, taquicardia, dificuldade em falar em público.

- Tratamento: Psicoterapia (TCC), medicamentos ansiolíticos ou antidepressivos, e técnicas de relaxamento.

- Atenção especial: Embora as redes sociais possam parecer um alívio para evitar interações presenciais, o uso prolongado pode reforçar o medo social, dificultando ainda mais a exposição.

 

 5. Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)

- CID-10: F42

- Descrição: O TOC é marcado por pensamentos obsessivos (recorrentes e indesejados) e comportamentos compulsivos (repetitivos) que a pessoa sente a necessidade de realizar.

- Identificação: Compulsões como lavar as mãos repetidamente, verificar constantemente portas e janelas, e rituais mentais para evitar que algo ruim aconteça.

- Tratamento: Psicoterapia, particularmente a TCC com exposição e prevenção de resposta, e medicamentos como antidepressivos específicos.

- Atenção especial: O uso excessivo da internet pode fornecer mais estímulos para rituais e obsessões, como a necessidade constante de verificar ou pesquisar informações.

 

 6. Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT)

- CID-10: F43.1

- Descrição: O TEPT ocorre após a vivência ou testemunho de eventos traumáticos, como acidentes, violência, ou desastres.

- Identificação: Revivência do trauma (flashbacks), evitamento de situações relacionadas ao evento, insônia, irritabilidade e hipervigilância.

- Tratamento: Terapia cognitivo-comportamental, terapia de exposição, e em alguns casos, medicamentos como antidepressivos ou ansiolíticos.

- Atenção especial: O consumo de conteúdo violento ou perturbador na internet pode exacerbar os sintomas em indivíduos com TEPT.

 

 7. Transtorno Bipolar

- CID-10: F31

- Descrição: O transtorno bipolar é caracterizado por episódios de mania (ou hipomania) e depressão. Na mania, a pessoa pode sentir-se excessivamente confiante, hiperativa e com pouco sono; na depressão, ela pode sentir-se extremamente triste e sem energia.

- Identificação: Mudanças extremas no humor, variando entre fases de euforia e fases de tristeza profunda.

- Tratamento: Estabilizadores de humor, como o lítio, antidepressivos, e psicoterapia.

- Atenção especial: Ficar acordado por longos períodos jogando ou navegando na internet pode desencadear episódios maníacos.

 

 8. Transtorno Alimentar (Anorexia/Bulimia)

- CID-10: F50

- Descrição: Inclui a anorexia nervosa (restrição alimentar extrema e medo de ganhar peso) e a bulimia (episódios de compulsão alimentar seguidos de purgação).

- Identificação: Perda de peso significativa, preocupação obsessiva com o peso corporal, e comportamentos compensatórios como vômitos, uso de laxantes, ou exercícios excessivos.

- Tratamento: Terapia nutricional, psicoterapia, e, em alguns casos, medicação para depressão ou ansiedade.

- Atenção especial: O acesso fácil a conteúdos sobre padrões corporais irreais nas redes sociais pode agravar a imagem corporal negativa.

 

 Recomendações sobre o uso excessivo de tecnologia

 

O uso desmedido de celulares, redes sociais, jogos online e outras formas de entretenimento digital pode não apenas agravar problemas de saúde mental já existentes, mas também contribuir para o desenvolvimento de novas condições. A falta de sono, a exposição contínua a estímulos, a comparação constante e o isolamento social podem ser grandes fatores de risco.

 

 Dicas de Prevenção:

- Estabeleça limites de tempo para o uso de dispositivos eletrônicos.

- Mantenha horários fixos para o sono e refeições, longe das telas.

- Pratique atividades ao ar livre e interações sociais presenciais.

- Utilize aplicativos que ajudam a monitorar o tempo de uso de dispositivos.

 

 Referências Bibliográficas:

- American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5). 5ª ed., Arlington, VA: American Psychiatric Publishing, 2013.

- Kaplan, H.I., & Sadock, B.J. Synopsis of Psychiatry: Behavioral Sciences/Clinical Psychiatry. 11ª ed., Lippincott Williams & Wilkins, 2015.

- World Health Organization. The ICD-10 Classification of Mental and Behavioural Disorders. Genebra, OMS, 1992.

 

Esse material deve ser utilizado como um guia informativo e não substitui a consulta com um profissional da saúde mental!

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