TEOLOGIA: CALVINISMO X ARMINIANISMO

O Arminianismo e o Calvinismo são duas tradições teológicas dentro do Cristianismo que tratam principalmente das questões de salvação, graça e predestinação. Abaixo, estão detalhados os principais pontos de convergência e divergência entre essas duas linhas, seguido de uma breve descrição de outras linhas teológicas importantes.

João Calvino (1509–1564)

Vida e Contexto

João Calvino nasceu em Noyon, França, em 10 de julho de 1509. Ele foi inicialmente educado para ser sacerdote católico, mas mudou seu foco para o estudo do direito em Paris, onde também se interessou por teologia e humanidades. Influenciado pelos escritos de Martinho Lutero, Calvino se converteu ao Protestantismo por volta de 1533. Sua nova fé o colocou em conflito com as autoridades católicas, levando-o a se exilar em várias cidades europeias. Em 1536, Calvino publicou a primeira edição de sua obra mais famosa, *Institutas da Religião Cristã*, que sistematizava a teologia protestante. Essa obra teve enorme influência na Reforma Protestante. Calvino se estabeleceu em Genebra, Suíça, onde implementou uma série de reformas religiosas e sociais, organizando a igreja de acordo com princípios que se tornaram a base do Calvinismo.

Jacó Armínio (1560–1609)

Vida e Contexto

Jacó Armínio nasceu em Oudewater, Países Baixos, em 10 de outubro de 1560. Órfão desde cedo, ele foi apoiado por mentores que o enviaram para estudar teologia em Leiden, e depois em Genebra, sob a orientação de Teodoro de Beza, o sucessor de Calvino. Após retornar aos Países Baixos, Armínio foi pastor em Amsterdã e, mais tarde, professor de teologia na Universidade de Leiden. Durante esse tempo, ele começou a desenvolver suas ideias teológicas que contrastavam com o Calvinismo predominante, levando a debates intensos sobre a doutrina da predestinação.

Tabela de Pontos Comuns entre Arminianismo e Calvinismo

Tabela de Pontos de Divergência entre Arminianismo e Calvinismo

Outras Linhas Teológicas

Luteranismo

Fundado por Martinho Lutero no século XVI, é uma das principais tradições da Reforma Protestante. Os luteranos acreditam na justificação pela fé somente (sola fide) e que a Escritura é a única fonte de autoridade (sola scriptura). Eles também afirmam a presença real de Cristo na Eucaristia, conhecida como consubstanciação. Luteranos não adotam o conceito de predestinação nos moldes calvinistas e possuem uma visão sacramental diferente em relação ao Batismo e à Ceia do Senhor.

Anabatismo

Surgiu no século XVI, durante a Reforma Radical, como uma resposta a outras tradições reformistas. Defendem o batismo de crentes (em vez de infantil), a separação da igreja e do estado, e uma vida simples e pacífica. Anabatistas são pacifistas e defendem a não-violência, em contraste com outras tradições que podem justificar o uso da força em certos contextos.

Universalismo

Embora sempre tenha havido correntes universalistas na história da igreja, o Universalismo moderno se consolidou no século XIX. Afirma que, no fim, todos serão salvos, independentemente de sua fé ou ações. Acredita na reconciliação universal através de Cristo. Rejeita a ideia de condenação eterna e muitas vezes interpreta as Escrituras de maneira mais alegórica ou simbólica.

Pelagianismo

Proposto por Pelágio no século V, foi condenado como heresia pela Igreja. Enfatiza o livre-arbítrio humano ao ponto de afirmar que o pecado original não corrompeu a natureza humana, e que as pessoas podem alcançar a salvação através de boas obras sem a necessidade da graça divina. Contrasta fortemente com a maioria das tradições cristãs que afirmam a necessidade da graça de Deus para a salvação.